Ora gostosa no tilintar no telhado
marcando a cadência de um dia sem dor,
buscando lá longe lembranças passadas,
querendo viver pelo seu valor.
Ora é vidência de amores de longe,
aqueles guardados no fundo do ser,
que se foram pra lá do fim do mundo
na esperança de um dia viver.
Ora matreira vem de arrasto
sem dó nem piedade machucam você
linda, mesmo assim vem destruindo,
o passado e o presente que vê.
Ora é só ela, de verdade ou mentira
destrói uma rocha ou constrói um castelo,
comunga o artefato real,
transforma o triste no belo.
É pura, porém duvidosa,
extravagante e singela,
marcante e indiferente
é ela a chuva.