Sinhô, porque eu vivo no tronco
se tenho carne e osso como ocê
o sol quente me deixa tonto
apanho sem nem saber por que
Tenho a pele escura
tão negra quanto o breu
mais meu sangue é vermelho
tão rubro quanto o seu
Não quero mais viver assim
sob a chibata do feitor
quero de verdade poder chorar
e sorrir sem ser de dor
O tronco virou rotina
vivo sempre acorrentado
trabalhando de sol a sol
sem poder gritar fico calado
À noite choro baixinho
na palha espalhada no chão
como bicho em cativeiro
que vive e cumpre sua missão
Essa dor chega pra mim
mais não posso pensar em parar
pois a vida continua
e amanhã o sol voltará a brilhar.
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