A pura vontade de te ver
não teme jamais a saudade
porém diminui espaços alegres
jogando, sem medo, com a verdade
Sempre de emboscada
insiste em magoar e ferir
podando a nobre vida
que não pensa em se iludir
Partir de bem com a vida
sempre anima e faz crescer
nem sempre é boa pedida
às vezes o certo é esquecer
tirar a poeira dos cantos
eleva muito o eu
mas logo caio em prantos
E a saudade coitada, mesquinha,
quer o que não faz sentido
sem pensar sempre perdida
tenta emendar o coração partido
Contudo os solavancos involuntários
insistem por ironia
com o destino impiedoso
que sempre machuca de covardia.